Disciplina - Arte

Arte

10/04/2008

Romeu e Julieta no Teatro Guaíra

O Centro Cultural Teatro Guaíra passou a utilizar seu depósito de antigos cenários – o Barracão –, localizado no bairro Ahu, como um centro de produção integrado, para a construção e montagem do grande cenário e os ensaios do corpo de baile, do espetáculo de dança “Romeu e Julieta”, do compositor russo Sergei Prokofiev, que estréia no próximo dia 23.

A movimentação de técnicos, bailarinos e ensaiadores agita o local. A grande estrutura em metal vem recebendo os últimos retoques, ao mesmo tempo em que os bailarinos já a utilizam para os ensaios da coreografia. De acordo com Cleverson Cavalheiro, responsável pelo comando da equipe técnica, e que divide com Carlos Kur a concepção de cenários e iluminação, “o fato de, pela primeira vez nas produções do Guaíra, ter havido esta integração de bailarinos e técnicos no mesmo espaço, não só criou um clima de trabalho bem melhor, mas proporcionou uma interação entre as equipes”.

Para Cavalheiro, “essa integração possibilitou que problemas detectados pelos artistas, quanto à movimentação nos cenários, pudessem ser discutidos com os técnicos e resolvidos a tempo, com modificações ou ajustes de determinados detalhes”. Por outro lado, diz, houve um envolvimento da casa como um todo, com a presença de funcionários de vários níveis e setores no Barracão, os quais, normalmente, só participam de forma indireta da produção, e que puderam entender e presenciar as exigências específicas do trabalho, provocando uma participação mais engajada de todos.

Construindo o espetáculo – Enquanto isso, a costura finaliza as grandes cortinas que servirão de fundo, para a confecção das quais foi necessária a utilização de espaços antes não imaginados para servir aos serviços técnicos de montagens. O saguão do Guairão tem sido tomado nas horas do dia para compor as grandes peças que são confeccionadas em separado, e depois unidas, num trabalho minucioso, para que o resultado final produza o efeito desejado no palco.

Algumas semanas de trabalho têm sido consumidas nesta operação que, além do saguão, ocupou parte das coxias do palco do Grande Auditório. A parte de costura à máquina foi feita pela equipe de costureiras do Teatro Guaíra e o trabalho de unir as peças está sendo realizado por uma equipe especialmente contratada para isso, que é quem produz, à mão, os efeitos finais de caimento.

Cenários - A equipe cenotécnica, responsável pela construção do cenário, conta com funcionários que se dedicam a longo tempo com a atividade. Ireneu Salvador, por exemplo, trabalha há 35 anos na construção dos cenários do Teatro. Foi mecânico de máquinas pesadas e, quando a empresa na qual trabalhava fechou, alguém lhe informou que era possível ‘trabalhar no Guaíra’. “Vim ver o que era. Vi que era possível fazer o trabalho e fui ficando”, conta.

A experiência como mecânico de grandes máquinas serviu como base para a operação da maquinaria de palco, mas ainda lhe possibilita a criação de diversos instrumentos e mecanismos necessários à movimentação de cenários. Segundo ele, é um trabalho que proporciona muito prazer, porque tem que lidar sempre com o novo, uma vez que a cada produção as exigências são diferentes. Uma de suas maiores satisfações é planejar a solução para determinado cenário e vê-la funcionar depois de pronta.

Altair da Cruz, há 27 anos na equipe do CCTG, tem suas origens profissionais na construção civil. Quase por acaso, candidatou-se a um emprego na então Fundação Teatro Guaíra. Quando viu que as atividades na equipe técnica incorporavam muito do conhecimento adquirido na sua atividade original, ficou e diz que gosta muito do que faz. “Além das coisas que se aprende todo dia nas atividades do Teatro, o fato de se ter contato com técnicos de outros lugares faz com que encontremos outras soluções técnicas, que são incorporadas àquilo que já sabemos”.

Figurinos – O setor de figurinos, também em fase de acabamento, trabalha em ritmo frenético. Segundo o figurinista Paulinho Maia, que é também diretor de espetáculos, ator e cenógrafo, os figurinos possuem uma concepção conceitual, atemporânea e sem a preocupação de estilo ou época. Alguns misturam intencionalmente vários estilos e formas, para complementar o clima e a emoção de cada cena e de cada personagem.

Os trajes primam pela riqueza de detalhes e pelo requinte de acabamento, e certamente vão impressionar pelos efeitos cênicos que podem provocar. Além disso, por exigirem várias trocas, são dupla face, bastando vesti-los ao contrário para mudar o personagem ou a roupa de um personagem.

Para que se possam fazer os ajustes finais de cenários e figurinos, e se incorporar a luz ao espetáculo, os ensaios passam agora a ser realizados no Guairão. A música terá a regência do maestro italiano Andrea Di Mele, um fã confesso da música de Prokofiev e, em especial, da obra Romeu e Julieta.

“A música do balé de Prokofiev tem a capacidade de transmitir, de forma exata, a emoção do drama de Shakespeare. Mesmo que o espectador não pudesse ver a cena, distinguiria prontamente a paixão, o ódio, a raiva e outros sentimentos que compõem a trama”, finaliza o maestro.

Serviço
Balé Romeu e Julieta – Balé Teatro Guaíra e Orquestra Sinfônica do Paraná
Data: de 23 de Abril a 04 de Maio
Horários: de 23 a 26 de abril e de 01 a 03 de maio às 20h30, 04 de maio às 18h.
Os espetáculos dos dias 24 de abril e 1º de abril não terão a participação do Orquestra Sinfônica
Ingressos: R$ 30,00 (platéia) e R$ 20,00 (1º e 2º balcões) – venda antecipada até o dia anterior ao espetáculo, R$ 40,00 (platéia) e R$ 30,00 (1º e 2º balcões) – no dia do espetáculo
Local: Teatro Guaíra - Praça Santos Andrade, s/n - 3304-7982

fonte: www.aenoticias.pr.gov.br


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